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Vilegiatura Marítima em Setúbal: do Século XIX ao Início do Século XX

Entende-se por vilegiatura a temporada que se passa fora da morada habitual, a banhos ou no campo, para descansar dos trabalhos habituais. No final do século XIX, início do Século XX, passavam longas temporadas de descanso (cerca de dois meses) em contacto com a natureza, com vista à obtenção da cura de todas as maleitas provocadas pela vida urbana. No final do século XIX, Setúbal era assinalado como um dos destinos nacionais de vilegiatura, tanto pela qualidade do seu clima como pelas águas das suas praias. O conceito de vilegiatura marítima é trazido de Inglaterra através da aristocracia e burguesia da época. A casa real possuía em Lisboa uma barca de banhos, onde se deslocava para usufruir dos banhos de mar, impulsionando a prática em Portugal. Naquela época a ida à praia era bem diferente do que é hoje, exigindo edifícios com programas arquitectónicos específicos. Era imprescindível a existência de uma tipologia que contemplasse espaços individuais para que os banhistas pudessem trocar de roupa, sem que houvesse qualquer vislumbre do corpo por parte de olhares alheios - e Setúbal contou com um dos mais exuberantes estabelecimento de banhos, desenhado por um dos arquitectos mais sonantes da época - Ventura Terra. Ramalho Ortigão e Arronches Junqueiro referem ainda a existência de um bonito passeio público como um dos equipamentos de apoio à prática balnear. Este jardim, seria o Passeio do lago, actual Largo José Afonso. O que aconteceu então ao edifício dos banhos e ao Passeio do Lago? Que transformações sofreram no final do século XIX, início do século XX? É essa a estória que relatamos neste estudo despretensioso, que esperamos, enriqueça um pouco mais a História de Setúbal…