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Biblioteca Nacional da França reabre após seis anos de trabalhos de reabilitação

Sala Labrouste. Fotografia: Agathe Lautréamont, 2017
Sala Labrouste. Fotografia: Agathe Lautréamont, 2017

A Biblioteca Nacional de França (BnF) tem o seu berço histórico no segundo bairro de Paris. O conjunto arquitetónico Richelieu-Louvois, que ocupa um quarteirão entre a Rue Richelieu e a Rue Vivienne, tem sido alvo de uma ampla intervenção de reabilitação dividida em duas fases, a primeira das quais se encontra agora concluída. Esta primeira fase demorou seis anos e dedicou-se exclusivamente ao edifício situado junto à Rue Richelieu, que abriu recentemente as portas ao público. O espaço é agora partilhado por três instituições: a BnF, a École Nationale des Chartes e o Institut National de l’Histoire de l’Art, instalado na majestosa Sala Labrouste.

Esta é a primeira renovação global do edifício, promovida pelo Ministério da Cultura e da Comunicação francês e orçamentada em 230 milhões de euros. Dirigida pelos arquitetos Bruno Gaudin e Virginie Brégal, a intervenção tem como objetivos, além de reabilitar o edifício e os equipamentos, renovar e expandir os serviços oferecidos ao público, afirmar o local como pólo de excelência científica e cultural e simultaneamente promover uma maior abertura ao grande público, sempre colocando em evidência o valor histórico do edifício.

O pátio principal do edifício dá acesso, através de um vestíbulo inteiramente restaurado, à icónica Sala Labrouste. Classificada como monumento histórico, a obra-prima levada a cabo pelo arquiteto Henri Labrouste entre 1861 e 1868 reabriu agora depois de 18 anos de encerramento.

A sala é iluminada por nove cúpulas revestidas de painéis de faiança que difundem a luminosidade uniformemente. As cúpulas do teto repousam sobre arcos de ferro sustentados por colunas estreitas que contribuem para o efeito de extraordinária leveza deste espaço. Em 1864, o paisagista Alexandre Desgoffe realizou as pinturas que encimam as estantes laterais onde se alinham dezenas de milhares de obras. As pinturas, que representam uma natureza verdejante e se destinavam a inspirar nos leitores uma sensação de calma, reencontram agora a vivacidade que as caracterizava.

A renovação, acompanhada por Jean-François Lagneau, presidente do ICOMOS França, incluiu toda a estrutura metálica, o chão e o mobiliário, devolvendo a estes elementos o seu esplendor original, sem quaisquer modificações.

Por detrás da Sala Labrouste, e visível para quem nela se encontre, encontra-se o seu coração funcional: o grande armazém central. Distribuído por cinco andares, este espaço confinado e depurado é agora acessível ao público pela primeira vez na sua história. Aqui o processo de renovação passou por retirar parte das modificações introduzidas ao longo de décadas, como elevadores e revestimento, deixando expostos os materiais originais. Ao centro do armazém central, ladeada pelos corredores metálicos, encontra-se uma enorme máquina pneumática de 1930, que encaminhava os pedidos dos leitores por um sistema de tubulação.

No primeiro andar do edifício, uma das alterações mais relevantes foi a reorganização do fluxo de visitantes. Foi construída uma galeria de vidro, reinterpretando uma outra em madeira criada por Labrouste, que liga por fora os espaços acessíveis ao público e oferece uma vista sobre o pátio principal.

É neste piso que se encontram também a Rotonde des Arts du Spectacle, uma sala circular dedicada a exposições, a Galerie Auguste Rondel, imponente espaço de armazenagem, e ainda uma sala de leitura redesenhada e mobilada pela equipa de Bruno Gaudin.

Finalmente, a sala de leitura do Departamento de Manuscritos, inscrita no inventário suplementar dos monumentos históricos, também foi inteiramente restaurada. Esta sala alberga uma das mais importantes coleções do mundo, constituída por manuscritos medievais, modernos e contemporâneos, orientais e ocidentais, num total de 370 mil documentos.

A segunda fase do projeto de renovação do conjunto arquitetónico Richelieu-Louvois irá estender-se até 2020 e incidir sobre o lado da Rua Vivienne. Será criado um novo museu, contendo uma seleção de peças emblemáticas da coleção da BnF, um café, uma livraria e um conjunto de salas de leitura adicionais.

As coleções da BnF incluem cerca de 14 milhões de livros e revistas, além de manuscritos, gravuras, fotografias, mapas, partituras, moedas, medalhas e antiguidades. Estima-se que visitem a biblioteca mais de um milhão de pessoas por ano.

Mais informação: www.bnf.fr/fr/la_BnF/renovation_richelieu/a.decouvrir_zone_renovee_richelieu.html

13/02/2017

Galeria

Vista exterior da Rue Richelieu
Vista exterior da Rue Richelieu
Fotografia: Takuji Shimmura / BnF
Vista exterior da Rue Richelieu
Vestíbulo Labrouste
Sala Labrouste
Sala Labrouste
Sala Labrouste
Sala Labrouste
Armazém central
Sala de leitura do Departamento de Manuscritos.

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