O Fórum do Património pretendeu, com esta conferência, chamar a atenção para a complexidade adicional que as intervenções de reabilitação ganham quando estão em causa edifícios ou conjuntos antigos que se distinguem por possuírem particular valor histórico ou arquitetónico.
Neste contexto, um edifício histórico é, ao mesmo tempo, um bem cultural e uma construção. As intervenções que o envolvam devem atender, simultaneamente, a uma e outra destas vertentes, o que envolve responsabilidades acrescidas para o Arquiteto projetista.
O projeto de uma intervenção num edifício ou conjunto histórico-artístico é algo radicalmente diferente de um projeto de raiz, tem de preservar o valor patrimonial e evitar perturbar a perceção e usufruto desse valor. Envolve, por consequência, responsabilidades acrescidas para o Arquiteto projetista.
Como disse Sérgio Infante, "Evitar as perdas de valor cultural deve ser prioritário, assegurando que as alterações, as reparações, os reforços estruturais e os novos materiais eventualmente empregues sejam compatíveis com o existente … as intervenções não deverão comprometer o significado cultural materializado na substância física da edificação e na sua definição formal, nem inviabilizar futuras decisões, eventualmente até mais respeitadoras, mas tornadas impossíveis por destruições desnecessárias."
Esta conferência, que decorreu nas instalações da Roca Gallery nos Restauradores, em Lisboa, pretende ser a primeira de uma série que o Fórum do Património 2017 pretende levar a cabo nos principais centros do País, com o mesmo objetivo.