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Movimento Patrimonial Pela Música Portuguesa celebra três séculos de música lusófona

O MPMP tem promovido várias iniciativas relacionadas com a promoção da música erudita de tradição ocidental | MPMP
O MPMP tem promovido várias iniciativas relacionadas com a promoção da música erudita de tradição ocidental | MPMP

O Movimento Patrimonial Pela Música Portuguesa (MPMP) nasceu em 2009, com a finalidade de divulgar música erudita de tradição ocidental.

A associação tem organizado várias iniciativas relacionadas com a promoção deste tipo de música, nomeadamente a publicação da revista quadrimensal "Glosas", única a nível mundial, dedicada ao património musical da cultura lusófona.

Um dos objetivos do MPMP é “a edição de partituras de obras de compositores portugueses, de todas as épocas”, revelou Edward Luiz Ayres d'Abreu, membro da direção, ao GECoRPA – Grémio do Património. “Estabelecemos um protocolo com a Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) para a coedição de alguns volumes num futuro próximo, relativos a compositores cujo espólio se encontra na BNP, e editamos também outros vários compositores de todas as épocas”.
 
O MPMP está ainda a desenvolver uma base de dados de compositores, disponível aqui, com informações que abrangem vários períodos temporais, desde o século XIII até à contemporaneidade.
 
Porém, como sublinha Edward Luiz Ayres d'Abreu, “estamos a falar de um património que vive no tempo: é preciso fazê-lo tocar, e esses momentos são efémeros, a menos que se façam gravações”. A associação organiza, por isso, “uma intensa Temporada de Concertos, em que vários músicos levam, a vários pontos do país, a música destes compositores esquecidos”.

Uma das próximas atividades promovidas pelo MPMP é o “Ciclo de Música Portuguesa – Três Dias, Três Séculos”, organizado em conjunto com a BNP. “É um ciclo de três concertos que dará a conhecer alguns dos mais (injustamente) desconhecidos e negligenciados compositores portugueses da nossa História”, explica o representante e fundador do Movimento.

A iniciativa, que terá lugar na BNP, irá ocorrer nos dias 2, 4 e 5 de março e tem entrada livre.

A primeira data será dedicada ao século XVIII, realçando o trabalho dos músicos Carlos Seixas, João Sousa Carvalho e Domenico Scarlatti.

No dia 4 de março serão desenvolvidas atividades ligadas ao século XIX, com a interpretação de obras de João Domingos Bomtepo e Alfredo Keil. Este último compositor, destaca Edward Luiz Ayres d'Abreu, “tem uma peça cantada por todos os portugueses, sem que a maior parte destes o saibam: o Hino Nacional! Mas, para além desta, praticamente ninguém conhece as suas outras obras musicais”.

A iniciativa culmina no dia 5 de março, com destaque para o século XX e para a música de Joly Braga Santos, Cláudio Carneyro, Frederico de Freitas, Luiz de Freitas Branco e Fernando Lopes-Graça.

A parceria com a BNP não é novidade para o Movimento: ”Temos vindo a organizar vários eventos na BNP, como lançamento da revista, concertos diversos e o ciclo ‘Conversas com Compositores’, em que convidamos jovens criadores portugueses a apresentar a sua obra e a falar sobre o seu processo criativo”, revela Edward Luiz Ayres d'Abreu.
 
O MPMP encontra-se também a desenvolver um projeto de edição discográfica, intitulado "melographia portugueza". A coleção inclui a primeira gravação mundial da obra integral para tecla do compositor barroco português Carlos Seixas, gravada no Cravo Antunes do Museu da Música, classificado como Tesouro Nacional, e no órgão do Mosteiro de S. Bento da Vitória, no Porto, nunca antes gravado. “Neste caso particular, a divulgação do património musical através dos CDs alia-se à preservação e divulgação do próprio património organológico”, afirma o fundador do MPMP.
 
As iniciativas do Movimento têm sido recompensadas com um aumento de interesse por parte público. “A associação tem crescido de forma inesperadamente acelerada”, nota Edward Luiz Ayres d'Abreu. “Entre 2009 e este ano sucederam-se projetos bem-sucedidos e para o futuro próximo temos novos planos e novas ideias”.
 
Continuar a promover o património musical de cultura lusófona é a prioridade do MPM, sublinha o representante. “Quando fazemos com que alguém descubra que, para além de Mozart, Beethoven ou Vivaldi, há compositores portugueses de indiscutível qualidade, como Carlos Seixas, Luiz de Freitas Branco ou Fernando Lopes-Graça, sentimos que a nossa missão foi cumprida. E temos sentido isso muitas vezes ao longo do nosso ainda relativamente curto percurso”.
 
 
28/02/2013

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Fernando Lopes- Graça é um dos músicos homenageados no Ciclo "Três Dias, Três Séculos | MPMP

O Movimento vai lançar a obra integral para tecla do compositor barroco português Carlos Seixas | MPMP

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"Ciclo de Música Portuguesa – Três Dias, Três Séculos" | MPMP

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