A remoção de parte do muro de Berlim, contestada por centenas de manifestantes, tinha como objetivo a construção de um condomínio de apartamentos de luxo. O promotor da imobiliária Living Bauhaus, responsável pela obra, mostra-se agora disponível para dialogar, adiando a decisão sobre o muro até à próxima semana.
Em causa está o desmantelamento de uma secção de 22 metros, que integra uma parte intacta da estrutura denominada “East Side Gallery”. Depois da queda do muro, em 1989, esta porção, com um total de 1,3 quilómetros, foi decorada por mais de cem artistas de todo o mundo, tornando-se uma das mais famosas galerias de arte ao ar livre e uma atração turística do país.
O presidente da câmara de Berlim, que inicialmente tinha aprovado a obra, afirma estar a estudar novas alternativas, de forma a garantir a preservação dos vestígios da estrutura, construída durante a Guerra Fria.
O muro de Berlim começou a ser edificado em 1961, isolando a a República Federal Alemã, do lado ocidental, e a República Democrática Alemã, que abrangia a zona oriental. A queda do muro e a consequente reunificação alemã tornaram os vestígios da antiga “cortina de ferro” num símbolo de liberdade e união e numa fonte de memória coletiva para as gerações futuras.