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Fado consagrado Património Imaterial da Humanidade

José Malhoa, “O Fado”, 1910, Óleo s/ tela, 150 x 183 cm
José Malhoa, “O Fado”, 1910, Óleo s/ tela, 150 x 183 cm

Portugal acordou, no passado dia 27 de Novembro, com a notícia da consagração mundial do fado. Apresentado como “símbolo da identidade nacional” e como “a mais popular das canções urbanas”, foi elevado, pela UNESCO, à categoria de Património Cultural Imaterial da Humanidade.
A eleição decorreu em Bali e a candidatura nacional, que em Outubro foi considerada “exemplar” pela comissão de peritos da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), foi votada favoravelmente por unanimidade e num curto espaço de tempo após um processo que globalmente se revelou moroso.
A classificação de Património Imaterial da Humanidade, que até à reunião na Indonésia elegeu 213 bens provenientes de 68 estados, entrou em vigor em 2006 para proteger o património e as tradições que definem a especificidade cultural de cada país e, já nesse ano, o fado foi colocado entre as sete candidaturas mais recomendadas pelos peritos da UNESCO, mas o processo de candidatura nacional demorou seis anos a consolidar-se e a formalizar-se.
O processo de candidatura, formalizada em 2010 pelo Museu do Fado, em representação da Câmara Municipal de Lisboa, congregou o envolvimento não só de especialistas como Rui Viera Nery, Carlos do Carmo ou Mariza, como captou diferentes sectores da sociedade portuguesa num processo emotivo e de unidade nacional que deu os primeiros passos em 1994 quando Lisboa foi Capital Europeia da Cultura.
Também o GECoRPA – Grémio do Património tem reflectido sobre este assunto tendo dedicado o número 48 da revista Pedra & Cal à temática do Património Imaterial. Nesse âmbito foram realizadas duas breves entrevistas precisamente a Rui Viera Nery, presidente da comissão científica da candidatura e Sara Pereira, directora do Museu do Fado.
Actualmente com grande projecção internacional no âmbito das “Músicas do Mundo”, o fado, que surgiu nos contextos populares e marginais da Lisboa oitocentista, celebrando o quotidiano e a emotividade, teve os seus anos de ouro entre as décadas de 40 a 60 e é, a partir de agora, não só de Portugal, como do Mundo.

27/11/2011

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Cena do filme francês "Les amants Du Tage" rodado em Portugal e no qual surge Amália Rodrigues a cantar o fado "Barco Negro".


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