Além do GECoRPA, Grémio do Património, que coordena, promovem o Fórum do Património 2017 mais quatro associações vocacionadas para esta área: a Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial, a Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos, a Associação Portuguesa das Casas Antigas e a Associação Portuguesa para a Reabilitação Urbana e Proteção do Património.
As cinco ONG promotoras acreditam que a salvaguarda do Património Cultural, enquanto referência identitária e de memória coletiva, é um dos domínios em que faz sentido a realização deste tipo de iniciativa, que congreguem uma parte significativa de organizações representativas para se discutirem abertamente as as questões mais relevantes. Esta é uma das formas possíveis de promover a coordenação entre essas organizações e de potenciar a sua capacidade de intervenção.
Ao dar voz aos cidadãos que lutam pela defesa do bem comum e da preservação dos valores fundamentais da sociedade, através das suas associações de âmbito local, regional ou nacional, consegue-se potenciar a sua influência junto dos decisores políticos. O encontro pretende, também, promover junto dos agentes do setor do Imobiliário e da Construção, abordagens que permitam tirar partido dos impactos positivos da atividade do setor e minorar ou eliminar os negativos, de modo a torná-la consentânea com os requisitos da exploração sustentável do Património Cultural Construído enquanto fator de criação de riqueza.
Pretende-se dar atenção às questões do Património Cultural Construído (PCC) desde a pequena à grande escala: casas antigas, nobres e senhoriais, património rural e industrial, aldeias tradicionais, bairros, centros históricos e paisagens.
Para conseguir a desejável convergência, foram selecionados quatro grandes temas de reflexão que constituem também os objetivos específicos do Fórum:
I. PATRIMÓNIO E IDENTIDADE
Avaliar a situação do País em termos de salvaguarda do património cultural construído procurando, em conjunto, contribuir para a sua defesa como valor estruturante da nossa identidade e memória tangível da história de Portugal e da nossa cultura.
II. OS DESAFIOS DAS ONG DO PATRIMÓNIO E COMO SUPERÁ-LOS
Identificar os principais problemas e desafios colocados às ONG do Património, de modo a polarizá-las em torno de objetivos comuns, bem definidos. Detetar formas de juntar esforços para uma mais eficaz defesa do PCC e referenciar soluções para a rentabilização dos investimentos para a sua recuperação e manutenção, incluindo o acesso a fundos comunitários.
III. PATRIMÓNIO, CONSTRUÇÃO E IMOBILIÁRIO
Identificar possíveis formas de sensibilização do setor da construção e do imobiliário tendo em vista o redirecionamento da sua capacidade empreendedora para iniciativas que contribuam para a conservação e a valorização do património.
IV. AS ONG DO PATRIMÓNIO, PÚBLICO E PRIVADO
Definir iniciativas conjuntas, como campanhas de sensibilização da opinião pública, elaboração e apresentação de propostas de alterações legislativas visando a melhoria e salvaguarda do PCC público e privado; recolher e divulgar informação sobre projetos lesivos do PCC e da paisagem; apostar na inter-relação entre investimento público, retorno financeiro e recuperação do Património, nomeadamente o privado, e mobilizar as escolas para a inventariação do património menos conhecido, como casas antigas, nobres e senhoriais espalhadas pelo paí
Os principais protagonistas do Fórum, as ONG do Património, querem fazer chegar a sua mensagem aos decisores políticos e a todos os parceiros dos setores de atividade que diretamente ou indiretamente envolvem o Património Cultural Construído.
Assim, estão convidadas a participar como observadoras todas as entidades interessadas, desde câmaras municipais a órgãos da administração regional e central, universidades e politécnicos, ordens e associações de profissionais mais diretamente envolvidos na temática do Fórum, associações dos setores da construção e do imobiliário e, finalmente, os meios de comunicação social.
As ONG deverão inscrever-se antecipadamente nas sessões onde pretendam intervir, sendo limitado o número de sessões em que o poderão fazer, assim como o número máximo de ONG por sessão e o tempo máximo de cada intervenção.
Cada um dos quatro temas conta com a intervenção dum orador principal. Foram para esse fim, convidadas personalidades que os conhecem em profundidade. Assim, o primeiro tema conta com a intervenção de Maria Calado, Professora Associada da FAUTL, Licenciada em História pela Universidade de Lisboa, pós-graduada em Museologia, e Doutorada em Arquitetura pela UTL; João Caninas, Doutorando em Arqueologia, pela Universidade de Évora, Mestre em Arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, tendo ainda a licenciatura em Engenharia Eletrotécnica, pelo Instituto Superior Técnico, que tem participado e dirigido projetos de investigação nesta área, será o orador do segunde tema. O terceiro contará com a participação de Sandro Mendonça, Professor da ISCTE Business School e Diretor da Licenciatura em Economia do ISCTE e, finalmente, no quatro tema será oradora Sneška Quaedvlieg-Mihailovi, licenciada em Direito Internacional em Belgrado e detentora de uma pós-graduação em Política e Direito Europeu em Nancy (França), que trabalhou para a Comissão Europeia e para o Comité Económico e Social da CE em Bruxelas e depois para a Delegação da CE em Belgrado, e é atualmente a secretária geral da Europa Nosta.
A iniciativa, integrada nas comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios 2017, conta com o apoio institucional do ICOMOS Portugal, da Europa Nostra e do Centro Nacional de Cultura.
Mais informações em www.forumdopatrimonio.pt.
