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Desde a sistematização e disponibilização de grandes volumes de dados sobre os monumentos e os sítios até à análise estrutural e verificação da segurança das construções antigas, as tecnologias de informação (TIs) constituíram-se em ferramentas hoje praticamente indispensáveis a todos quantos têm à sua responsabilidade inventariar, gerir e conservar o património construído de um país.
Descontando os elementos de “moda” ou de “marketing”, sempre presentes quando se trata de decidir quanto à adopção de novos materiais e de novas tecnologias, as TIs vieram, de facto, revolucionar a gestão do conhecimento atinente ao património arquitectónico. Desde logo, a disponibilização de vastíssima informação através da Internet junto do cidadão comum, veio facilitar o objectivo último da salvaguarda do património arquitectónico, que é permitir o usufruto das construções, enquanto bens culturais, pelo maior número possível de pessoas, no presente e no futuro. Adicionalmente, abriu novas e valiosíssimas oportunidades a todos aqueles que optam por fazer do património construído o seu objecto de estudo ou de profissão.
A democratização do conhecimento sobre o património construído, além do melhor antídoto contra a ignorância atrevida, acaba, também, por se constituir como um linha de defesa eficaz contra as ameaças a que esse património se encontra permanentemente sujeito, por parte de quem nunca cessa de congeminar formas de retirar proveito próprio daquilo que pertence a todos.
Como ferramentas que são, o seu bom ou mau uso depende sobretudo da competência do artífice. Uma boa ferramenta não garante um bom resultado e o seu uso por utilizadores mal preparados torna-se tanto mais perigoso quanto mais poderosa é a ferramenta. Ao limite, uma ferramenta até pode ser utilizada como uma arma. Este facto conduz a uma questão fundamental, que é a da qualificação: uma ferramenta é um recurso que se usa para aplicar um método ou uma técnica. É necessário que a competência ou destreza do operador do método ou da técnica sejam verificadas por uma entidade que reúna condições para o fazer. São hoje anedóticas, por exemplo, as situações resultantes do uso indevido dos programas de cálculo automático utilizados em engenharia de estruturas.
Segundo o que o GECoRPA tem defendido, não basta exigir qualificação às empresas que executam as intervenções em obra. É necessário que a mesma exigência seja feita às empresas que elaboram os projectos e às que recolhem, através de inspecções e ensaios, a informação para tal necessária. A qualificação destas empresas passa pela qualificação dos profissionais que nelas trabalham, e dentre estes, os que operam TIs. Numa altura em que se pretende avançar com a certificação da aptidão profissional, é bom que esse esforço tenha em atenção as profissões ligadas à reabilitação do edificado e à conservação do património arquitectónico, e, em particular, as que envolvem a utilização de TIs. Vítor Cóias, Director