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As novíssimas notas de euro exibem, todas elas, gravuras de pontes e isso tem um significado: vencer um obstáculo, transpor uma barreira, comunicar, ligar, progredir, alcançar, chegar. Ou então voar sobre, passar sem pisar, sem perturbar:
Tu que tens saber profundo, Que és engenheiro e vês bem, Ergue uma ponte onde o mundo Passe sem 'smagar ninguém'
Há uma mística nas pontes (Pontífice: o construtor de pontes). Há uma grande nobreza nestas construções e nos engenheiros que as concebem e executam.
Em Portugal, há uma história escrita nas pontes; desde os romanos ao Estado Novo, passando pelos mouros e filipes; desde a pedra ao betão pré-esforçado, passando pela madeira e pelo aço. Há um nobre património, há uma ténue mensagem que nos chega do passado. Património que tantas vezes malbaratamos e mensagem que tantas vezes ignoramos. A ponto de outros 'lá fora' os valorizarem mais que nós próprios: A ASCE (American Society of Civil Engineers), por exemplo, tem uma ponte portuguesa na lista dos 28 Marcos da História Internacional de Engenharia Civil, ao lado de obras como a Iron Bridge, o Farol de Eddystone ou a Torre Eiffel. Quantos portugueses, mesmo entre os arquitectos e engenheiros, sabem disso?
Conservemos, portanto, as nossas pontes. Se o não fizermos, são vidas humanas que são postas em risco, como os trágicos acontecimentos de Entre-os-Rios demonstraram; mas é também o nosso património e a nossa identidade que se vão perdendo.
Lisboa, Maio de 2002 Vítor Cóias e Silva