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De entre as várias profissões chamadas a dar um contributo na reabilitação das construções antigas e na conservação do património arquitectónico sobressaem os arquitectos e os engenheiros civis. Os arquitectos, porque é a eles que, frequentemente, compete conceber e planear as grandes linhas que devem orientar as intervenções; os engenheiros civis, porque são eles que se encarrregam de viabilizar essas intervenções ao nível das estruturas e das instalações e são eles, também, que dirigem os estaleiros e as obras. Num estudo recentemente realizado no Norte do país sobre a qualidade dos projectos de estruturas de betão de edifícios, feito por dois professores universitários1, constatou-se que 64% dos projectos classificados quanto ao nível da qualidade obtiveram nota "medíocre" ou "insuficiente", e só 2% obtiveram "bom". Dado que, quanto à qualificação exigida, nada distingue, em princípio, um projecto de um vulgar prédio de habitação do de uma intervenção num edifício histórico, cabe perguntar: se a generalidade dos nossos projectistas têm este nível de qualidade ao lidar com edifícios de betão armado - material, por excelência, dos currículos dos cursos -, que nível se poderá esperar quando projectarem com materiais e tecnologias que quase não foram versadas? A deficiente qualificação de arquitectos e engenheiros civis para a reabilitação dos edifícios antigos e para a conservação do património faz-se sentir ao longo de toda a cadeia de decisão nas intervenções destas áreas, desde o Dono-da-Obra ao Empreiteiro, passando pelo Projectista e pela Fiscalização e traduz-se, frequentemente, em prejuízo para a autenticidade do objecto da intervenção. Os erros cometidos podem desvalorizar o património arquitectónico de forma irreversível. Já em 1980 o Comité de Ministros do Conselho da Europa recomendava aos governos dos estados membros que se chamasse a atenção das pessoas e instituições envolvidas na formação especializada de arquitectos, urbanistas, engenheiros civis e paisagistas para um çonjunto de princípios a que essa formação deveria obedecer. Tanto quanto é possível avaliar, decorridos quase 20 anos, essas recomendações não estão a ser seguidas.
v. Cóias e Silva