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Várias ideias vêm à mente quando se pensa em "Internacionalização do Património", o tema escolhido para a edição de 2015 da Feira do Património. A mais rápida será a articulação do Património com o Turismo. E não é descabida, sabendo-se das vantagens do turismo cultural sobre o turismo massificado, "low cost", em particular nos países pequenos, como é o nosso.
Do ponto de vista das empresas, porém, a "internacionalização do património" faz pensar, sobretudo nos tempos que vão correndo, em formas de exportar serviços especializados da área da conservação e restauro do património cultural construído, ou seja, dos monumentos, edifícios e conjuntos históricos.
Será isso possível para as empresas portuguesas? Se é possível – e acredito que o seja – para que mercados? Para que tipo de construção?
Penetrar novos mercados nunca é fácil. Prestar serviços de conservação e restauro noutros mercados, ainda o será menos. O segmento restrito da conservação e restauro, quer na vertente técnico-artística, quer na vertente construtiva e estrutural, é, muitas vezes, abordado ao nível regional, por pequenas e médias empresas locais. Isto é o que acontece em muitos países europeus. A tecnologia e a tradição construtiva variam de região para região e, ainda mais, de país para país.
Portugal tem, no entanto, uma tradição universalista... "Moldei as chaves do mundo, a que outros chamaram seu..." E, aonde chegou, construiu. Deste modo, as nossas construções espalham-se pelos cinco continentes e testemunham do nosso saber e da nossa capacidade de realização. A cantaria, a alvenaria, o estuque e a carpintaria são artes com longas tradições entre nós, e que, hoje, um bom número dos nossos projetistas e construtores conhecem bem. Esta tecnologia construtiva é, por outro lado, utilizada tradicionalmente por muito países, sobretudo na bacia mediterrânica, mas também noutros continentes, e constitui a base de muito do seu património cultural construído.
Por outro lado, várias das nossas universidades e centros de investigação de engenharia civil, que, entretanto, granjearam um notável reconhecimento "lá fora", têm vindo a colaborar com algumas das nossas empresas especializadas, desenvolvendo técnicas avançadas de reabilitação construtiva e estrutural de construções antigas.
Portugal está, portanto, apto a desenvolver uma nova frente de exportação: a dos serviços especializados de conservação do património cultural construído, frente que, de resto, se pode estender a outros domínios de intervenção da engenharia estrutural, englobando, por exemplo, a reabilitação sísmica não só de construções antigas, mas também de construções de betão armado.
É este o desafio que se coloca às PMEs especializadas do setor da construção, e um objetivo para o qual merece a pena canalizar os apoios do programa Portugal 2020.