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O espectáculo, “esse sucesso extraordinario cuja vista ou alegria commove o animo”, como o define Rafael Bluteau em 1713, no seu Vocabulário Portuguez e Latino, assume-se, desde tempos imemoriais, como uma das mais significativas formas de expressão (e até mesmo de manipulação de sensibilidades) dos povos, explicando o interesse e cuidado que as sociedades sempre dedicaram aos espaços em que elas se desenrolam.
Verdadeiras “fábricas de sonhos”, teatros, coliseus e cinemas fazem parte da arquitectura de prestígio que, ao longo de toda a História, contribuiu para o enriquecimento do nosso património. E como todo o outro património arquitectónico, também eles estão amplamente vulneráveis à implacável lógica economicista dessas mesmas sociedades, apesar das lutas mais ou menos empenhadas de alguns cidadãos, que teimam em preservá-los como um elemento cultural determinante das suas memórias. Quem não se lembra ainda do vasto movimento gerado em torno da tentativa de conservação do Eden em Lisboa? Foi neste contexto que decidimos dedicar um número da Pedra e Cal à recuperação desta tipologia de edifícios que, assinados por alguns dos nossos melhores arquitectos, representam também, importantes etapas no conhecimento técnico. Cientes de que os trabalhos que integram este número da revista são apenas uma parte dos muitos esforços que têm sido feitos na recuperação de um vasto património que urge preservar, e que muitos outros poderiam ser apontados, escolhemos exemplos que fossem significativos de várias épocas, e do desafio que as respectivas técnicas construtivas e de reabilitação hoje constituem. Teresa de Campos Coelho