Revista Pedra&Cal

Reabilitação de Fundações de Edifícios Antigos

Indíce

02 Editorial

03 Quadro de Honra

04 Reforço de Fundações de Edificios
Necessidade e Soluções
 JOAO APPLETON

11 Fundações em Edificios Antigos
Diagnóstico e concepção de soluções de reforço
 RITA MOURA

16 Fundações de construções históricas
Avaliar sem interferir
 VITOR COlAS

20 0 Principio Geral da Autenticidade e as Fundações dos Monumentos
Em geral, a autenticidade nas tecnicas de restauro apenas tern sido tomada em consideracao para as superstruturas de monumentos hist6ricos e nao para as suas fundações
 C. TSA TSANIFOS

24 Bairros do Castelo e Alfama
Reabilitar fundações em edificios antigos
 JOSE ANTONIO PAULO, JOAQUIM BRANCO

27 A floresta portuguesa e o fogo
Do Pinhal de Leiria a actualidade
 PAULO BONIFACIO

30 A definição do sistema construtivo e do quadro patológico como primeira fase de urn processo de reabilitação
Reabilitar fundações em edificios antigos
 JOSE PINA-HENRIQUES

32 Recuperação Estrutural da Igreja Matriz do Teixoso
Consolidação das Fundações de Paredes de Alvenaria
 FILIPE BENTO

34 0 restauro no novo regime do arrendamento urbano
 A. JAIME MARTINS

36 Materiais & Serviços

38 Notícias

40 Agenda

42 Vida Associativa

45 Divulgação

46 Fundações - Uma janela para a história
 ANTONIO PEREIRA COUTINHO

47 Livraria

49 Associados GECoRPA

52 Finalmente, ela move-se
A reabilitação urbana ja' esta no terreno
 NUNO TEOTONIO PEREIRA

Preço: 4,48 €

N.º 31
Reabilitação de Fundações de Edifícios Antigos


Uma das primeiras preocupações da conservação de um bem cultural – no caso, um edifício ou uma construção com valor enquanto património arquitectónico – é a manutenção da sua apresentação, isto é, da forma como ele se revela a quem o observa ou dele desfruta. Uma intervenção de conservação não deve perturbar a leitura ou interpretação que os observadores ou usufrutuários podem fazer do bem cultural.

Face a este requisitos, poder-se-ia pensar que, nos trabalhos de consolidação ou reforço de fundações, seria possível operar com toda a liberdade, dado que, ficando a intervenção oculta no subsolo, o seu impacto na apresentação do monumento ou edifício histórico seria nulo.
 
Esta lógica não resiste, no entanto, a uma reflexão mais profunda. Desde logo porque uma intervenção desajustada nas fundações pode levar à criação de desequilíbrios na forma como as cargas da superstrutura são transmitidas ao terreno, o que, mesmo que seja a prazo, pode dar origem a lesões estruturais no bem a conservar.

Em segundo lugar, há que ter em conta que o bem cultural não é apenas a sua parte visível: para além dos seus elementos de fundação – maciços, abóbadas, estacas – que dele são parte integrante, há uma envolvente estrutural que engloba a parte do terreno que o suporta e que com ele interage. Qualquer intervenção naqueles elementos ou nesta envolvente interfere com a “autenticidade tecnológica” da construção.
 
Em terceiro lugar, há que ter em conta os riscos para o património arqueológico que, frequentemente, subjaz ao edifício histórico, património esse que pode ser destruído através da utilização de técnicas demasiadamente agressivasde engenharia de fundações.
Esta problemática foi ventilada no âmbito da Sociedade Internacional de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ISSMGE), designadamente na conferência de Osaka, o ano passado. Mais recentemente, na reunião de Nicósia da Comissão Científica Internacional para a Análise e o Restauro das Estruturas do Património Arquitectónico (ISCARSAH), do ICOMOS, ficou patente a necessidade da concepção e da execução de intervenções em fundações de monumentos e edifícios históricos serem encaradas com a mesma prudência e respeitando requisitos idênticos aos das intervenções na sua parte visível.

Porque se trata de matéria pouco divulgada no nosso meio técnico ligado à conservação do património histórico-arquitectónico, e procurando contribuir para uma maior qualidade das intervenções, a Pedra & Cal dedica o seu 31.º número a esta temática.
 
Vítor Cóias, Director


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