Revista Pedra&Cal

Os limites da construção

Indíce

02 Editorial

03 Sócios apoiantes

04 Os limites da construção
A biosfera e os seus variados ecossistemas encerram uma riqueza natural de inestimável valor, resultante da extraordinária diversidade de espécies e do constante desenvolvimento de estruturas genéticas. Infelizmente, os seres humanos têm vindo a cont
 VÍTOR CÓIAS

07 Os limites da construção nas áreas protegidas
Muitos meses já decorridos, neste que é o Ano Internacional da Biodiversidade, foram várias as iniciativas nacionais e além-fronteiras que celebraram a importância da preservação da fauna e flora no equilíbrio do planeta. As ameaças que hoje enfrenta
 FRANCISCO FERREIRA, SARA CAMPOS

10 Dramas da conservação no tempo em que a cultura se tornou consumo e o consumo uma cultura
Na conservação demorou o seu tempo ultrapassar as perspectivas museológicas, que tratavam os monumentos como “monumentos”, isto é, como objectos que celebravam mistificações de outros tempos, peças desintegradas dos contextos, tomando-os como corpos
 JOSÉ AGUIAR

13 Dimensões da construção sustentável
A relevância do sector da construção na União Europeia representa cerca de 10% do Produto Interno Bruto e 7% da força de trabalho. Os edifícios representam uma grande parte do consumo final de energia na União Europeia, com um valor de 42% e, produze
 NUNO VARELA

16 Sistema Lider A - Um instrumento de apoio à procura e certificação da sustentabilidade nas intervenções patrimoniais
A procura da sustentabilidade é, cada vez mais, um valor a ter em consideração. Assim, complementando os sistemas de certificação energética (actualmente obrigatórios) têm vindo a aparecer, no mercado, sistemas voluntários de certificação da sustenta
 MANUEL DUARTE PINHEIRO

20 Gestão Integrada do Território - Uma matriz compatível e sustentável
Entre as diversas vertentes estruturantes do comportamento humano em sociedade, a dimensão do habitar e, concomitantemente, do construir tem uma relevância nuclear
 LUIZ OOSTERBEEK, INGUELORE SCHEUNEMAN , RITA FERREIRA ANASTÁCIO, ALINE TRISTÃO

24 Requalificações costeiras - Um ciclo vicioso de obras dispendiosas
Em muitos pontos da nossa costa, a subida global do nível do mar tem provocado a erosão e o consequente recuo das praias, pondo em risco infra-estruturas, edifícios e campos agrícolas
 JORGE MASCARENHAS

28 As alterações climáticas e a construção
À medida que os países se desenvolvem, novas cidades consumidoras se expandem, crescendo também a competição pelo acesso e utilização de recursos e energia e, consequentemente, aumenta a sua pegada ecológica e de carbono
 ANA MARTINS

30 SOLESIA Telhas solares fotovoltaicas
O Sol fornece energia na forma de radiações que, no fundo, podemos considerar que é a base de toda a vida na Terra. Portugal é um dos países da Europa com maior radiância, ou seja, possuímos uma exposição solar bastante elevada
 PEDRO LOURENÇO

32 CAPOTTO – Um sistema construtivo mais sustentável
 SOFIA TEODOSIO

34 Reabilitação de um espaço de comércio e serviços
 CARLOS BANDOLA

36 Construção sustentável - Certificações de Ambiente e Sustentabilidade
Sendo uma das vertentes da prestação de serviços pela empresa Vítor Hugo – Coordenação e Gestão de Projectos, S. A., o Departamento de Ambiente assegura, cada vez mais, aos clientes o acompanhamento necessário para que sejam garantidos os objectivos
 DANIEL OLIVEIRA, CÁTIA MARTINS

38 O património cultural e a reestruturação de 2007
O ano de 2007 foi pródigo em iniciativas legislativas com vista à reestruturação da Administração Pública, tanto por via do PRACE como do SIMPLEX, com a finalidade de a desburocratizar e agilizar os procedimentos administrativos
 JOSÉ MARIA AMADOR

40 Encontro
I Congresso Internacional da European Architectural History Network (EAHN)
 Ricardo Lucas Branco

44 Leis do património
O novo Código dos Contratos Públicos: Xeque-mate aos trabalhos a mais
 A. JAIME MARTINS

45 Notícias

46 Agenda

47 Vida Associativa

48 Livraria

50 Associados GECoRPA

52 Uma árvore de natal ou a nova tríade!
 JOSÉ AGUIAR

Preço: 5,00 €

N.º 47
Os limites da construção


O impacto negativo das novas construções sobre os centros históricos e bairros antigos das cidades, sobre as aldeias tra-dicionais e sobre a paisagem é hoje amplamente reconhecido pela sociedade. Em resultado desta tomada de consciência, a atenção dos decisores tem-se voltado para a reabilitação do edificado, que tem vindo a afirmar-se como o novo desafio (visto, por alguns, como a “tábua de salvação”) dos sectores da construção e do imobiliário. As várias formas como a reabilitação do edificado e da infra-estrutura contribui para redireccionar o sector da construção para um rumo compatível com os princípios do desenvolvimento sustentável são, hoje, bem conhecidas: redução drástica do volume de matérias-primas extraídas da Natureza e dos entulhos e detritos produzidos; redução substancial da energia consumida pelo sector; redução progressiva das emissões de gases de efeito de estufa do ambiente construído.

Tal contributo é particularmente notável no segmento da conservação dos bens culturais imóveis do País, ou seja, dos seus monumentos,
 
edifícios e conjuntos históricos. Desde logo, no que concerne a vertente social da sustentabilidade, é decisivo o contributo para uma sociedade mais humanizada, através de uma melhor integração social das pessoas e das comunidades, baseada no reconhecimento mútuo dos respectivos patrimónios e da identificação de referências culturais comuns (*).

Na vertente económica, vários estudos têm vindo a demonstrar a importância da conservação do Património como factor potenciador do desenvolvimento, quer ao nível regional, através da valorização do território e das cidades, aumentando a sua competitividade e melhorando o ambiente construído, quer ao nível local, através da criação e manutenção de um conjunto de actividades geradoras de emprego e de grande efeito multiplicador, desde a gestão e manutenção das próprias unidades, até à exploração de uma panóplia de produtos e serviços culturais, passando pelas actividades da conservação e restauro. Neste âmbito, os números de Terje Nypan têm vindo a demonstrar, em grande pormenor, as vantagens oferecidas pelo investimento na conservação do Património, em termos de rendibilidade, de criação de emprego e, em particular, do número de empregos indirectos criados por cada emprego directo, em comparação com investimentos em sectores como a construção nova, a construção de estradas, os projectos de “resorts” ou a indústria automóvel.
Finalmente, a importância da salvaguarda do Património faz-se notar, embora indirectamente, na vertente ambiental, ao contribuir para a revitalização e revalorização da cidade antiga, evitando, assim, novas construções e reduzindo a expansão urbana “em mancha de óleo”.

Salvaguarda do Património construído e Sustentabilidade estão, pois, intimamente ligadas.
É isso que o Encontro “Património Cultural e Natural: Construção e Sustentabilidade!” e este número da P&C pretendem pôr em evidência.

NOTA
(*) Xavier Greffe – Livro Branco sobre o futuro das empresas da conservação do Património, GECoRPA, 2007.


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