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O impacto negativo das novas construções sobre os centros históricos e bairros antigos das cidades, sobre as aldeias tra-dicionais e sobre a paisagem é hoje amplamente reconhecido pela sociedade. Em resultado desta tomada de consciência, a atenção dos decisores tem-se voltado para a reabilitação do edificado, que tem vindo a afirmar-se como o novo desafio (visto, por alguns, como a “tábua de salvação”) dos sectores da construção e do imobiliário. As várias formas como a reabilitação do edificado e da infra-estrutura contribui para redireccionar o sector da construção para um rumo compatível com os princípios do desenvolvimento sustentável são, hoje, bem conhecidas: redução drástica do volume de matérias-primas extraídas da Natureza e dos entulhos e detritos produzidos; redução substancial da energia consumida pelo sector; redução progressiva das emissões de gases de efeito de estufa do ambiente construído.
Tal contributo é particularmente notável no segmento da conservação dos bens culturais imóveis do País, ou seja, dos seus monumentos, edifícios e conjuntos históricos. Desde logo, no que concerne a vertente social da sustentabilidade, é decisivo o contributo para uma sociedade mais humanizada, através de uma melhor integração social das pessoas e das comunidades, baseada no reconhecimento mútuo dos respectivos patrimónios e da identificação de referências culturais comuns (*).
Na vertente económica, vários estudos têm vindo a demonstrar a importância da conservação do Património como factor potenciador do desenvolvimento, quer ao nível regional, através da valorização do território e das cidades, aumentando a sua competitividade e melhorando o ambiente construído, quer ao nível local, através da criação e manutenção de um conjunto de actividades geradoras de emprego e de grande efeito multiplicador, desde a gestão e manutenção das próprias unidades, até à exploração de uma panóplia de produtos e serviços culturais, passando pelas actividades da conservação e restauro. Neste âmbito, os números de Terje Nypan têm vindo a demonstrar, em grande pormenor, as vantagens oferecidas pelo investimento na conservação do Património, em termos de rendibilidade, de criação de emprego e, em particular, do número de empregos indirectos criados por cada emprego directo, em comparação com investimentos em sectores como a construção nova, a construção de estradas, os projectos de “resorts” ou a indústria automóvel. Finalmente, a importância da salvaguarda do Património faz-se notar, embora indirectamente, na vertente ambiental, ao contribuir para a revitalização e revalorização da cidade antiga, evitando, assim, novas construções e reduzindo a expansão urbana “em mancha de óleo”.
Salvaguarda do Património construído e Sustentabilidade estão, pois, intimamente ligadas. É isso que o Encontro “Património Cultural e Natural: Construção e Sustentabilidade!” e este número da P&C pretendem pôr em evidência.
NOTA (*) Xavier Greffe – Livro Branco sobre o futuro das empresas da conservação do Património, GECoRPA, 2007.