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Se bem que os seus antecedentes remontem à Antiguidade greco-romana, o hospital, como edifício duradouro, é considerado uma criação das cidades medievais do Ocidente. Até então, as construções de vocação hospitalar não possuíam um carácter que as diferenciasse e, mesmo os valetudinaria romanos, surgiam associados a construções militares mais ou menos temporárias.
Etimologicamente, o domus hospitalis é a casa dos hóspedes, onde se recolhiam e tratavam os doentes, e que constituía, também, a derradeira esperança de abrigo dos velhos, dos indigentes e de todas as pessoas em situação precária.
Na história do património hospitalar de Portugal avulta, sem dúvida, o Hospital de Todos-os- Santos, concebido por D. João II, construído por D. Manuel, e que Damião de Góis destacou como um dos edifícios mais notáveis da Lisboa quinhentista. Monumento cujos últimos vestígios físicos as obras da estação do Rossio do Metropolitano de Lisboa e do parque de estacionamento da Praça da Figueira se encarregaram de apagar (Pedra & Cal n.º 6, Abril-Junho de 2000). Não obstante perdas irreparáveis como a do Hospital de Todos-os-Santos, chegou até nós um conjunto de edifícios de vocação hospitalar de grande valor histórico e arquitectónico. É a esse património e à temática da sua salvaguarda que a Pedra & Cal n.º 46 se dedica, perseguindo o seu objectivo de divulgação e promoção das boas práticas de conservação do edificado histórico.
Para além do tema de capa deste número da Pedra & Cal, importa focar um evento de grande importância: foi publicado no Diário da República, de 17 de Maio, o aviso de abertura do período de discussão pública da proposta de Plano de Pormenor de Salvaguarda da Baixa Pombalina. A necessidade de regulamentar, do ponto de vista técnico-jurídico, as intervenções na Baixa Pombalina foi salientada por Jorge Sampaio, na qualidade de presidente da Câmara Municipal de Lisboa, na reunião promovida em conjunto por esta entidade e pela Ordem dos Engenheiros, em 20 de Outubro de 1994. Esta iniciativa enquadrava-se na então recente entrada em vigor do Plano Director Municipal de Lisboa de 1994.
A salvaguarda da Baixa Pombalina tem sido um tema recorrente da Pedra & Cal, que a ele dedicou o seu n.º 11, de Julho-Setembro de 2001, edição da revista que foi distribuída num outro importante encontro, sobre o tema “Baixa Pombalina: Que futuro?” realizado no LNEC em Novembro de 2001, numa iniciativa do GECoRPA e em colaboração com a Comissão Nacional do ICOMOS e outras associações vocacionadas para a conservação do Património. A motivação deste encontro era a revisão, que à data se anunciava como estando para breve, do PDM de 1994. No anúncio deste encontro já a organização se insurgia contra o facto de terem passado sete anos sem que um plano de salvaguarda e reabilitação da Baixa Pombalina, apontado como urgente na reunião de 1994, visse a luz do dia…