Área de Associados
Sócios Apoiantes
Revista Pedra & Cal
Livraria
Notícias
Sistema de Qualificação
Formação
Ligações
Newsletter
GECoRPA
Apresentação
Equipa
Princípios
Estatutos
Vantagens
"Bandeiras"
Protocolos
Associados
Apresentação
Formulário de admissão
I - Projeto e fiscalização
II - Inspeções e ensaios
III - Execução (Empreiteiros e subempreiteiros)
IV - Fabrico e/ou distribuição de produtos e materiais
Área Reservada
Serviços
Prestação de Serviços
Regalias
Sala de Imprensa
Comunicados
Entrevistas
Vimos e Ouvimos
Arquivo
Estudos e Documentos
Cartas e Convenções
Comunicações e Artigos
Inquéritos
Agenda
Património para Miúdos
Estatuto Editorial
Pesquisa
Assinatura
Equipa Pedra & Cal
Números Anteriores
Número Actual
Revista Pedra&Cal
Indíce
04
Editorial
 
Vítor Cóias
06
Santas Casas de Misericórdia
Um património de séculos
 
Manuel de Lemos
07
O Património das Misericórdias
Um Património artístico, de emoções e de afetos
 
Mariano Cabaço
10
As Misericórdias e o seu Património
A União das Misericórdias Portuguesas e o seu Gabinete do Património Cultural trabalham para atingir resultados na inventariação e salvaguarda de um importante legado artístico que marca Portugal e o mundo.
 
Bernardo Reis
14
Casa Museu Padre Belo - Uma obra de Misericórdia
A Santa Casa da Misericórdia da Vila do Crato sempre pautou a sua ação pelo cuidado e preservação da sua identidade histórica e do seu Património.
 
Mário de Carvalho Cruz
16
Intervenções de restauro em Misericórdias
A relevância dos estudos histórico-artísticos
 
Joana Balsa de Pinho
18
Igreja da Misericórdia de Viana do Castelo
O renascer de uma pérola
 
J. Vitorino Reis
22
Misericórdia de Viana do Castelo
Conservação e restauro da pintura mural
 
Marta Castro, Miguel Figueiredo
24
Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo
Estudo diagnóstico do granito da fachada principal
 
Anastácia Silva, Arlindo Begonha
28
Capela da Misericórdia de Arouca - Projecto de conservação e restauro
Mandada erigir pelos devotos, em 1612, conforme se infere da inscrição existente no friso do portal, a Capela da Misericórdia mantém a estrutura original seiscentista, muito embora tenha sofrido algumas alterações no decurso dos tempos.
 
Manuela Gonçalves
30
Defesa e salvaguarda do Património cultural das Misericórdias
Especificidades da Conservação e Restauro
 
Carlos José Abreu da Silva Costa
34
A importância do diagnóstico na intervenção
O Museu de São Roque como estudo de caso
 
João Pires
36
Ao serviço das Boas Causas
O Património da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
 
Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
38
Requalificação do Património da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
Exemplo na gestão contínua dos edifícios
 
Daniel Oliveira
40
Itália
Intervir em teatros históricos
 
Ricardo Pinto
42
É necessário que as principais profissões da construção sejam regulamentadas
Face à importância da construção para a economia, a necessidade de qualificação dos profissionais envolvidos aparece como condição estratégica indispensável para assegurar a eficácia e durabilidade das intervenções.
44
A antiga sede do Banco Nacional Ultramarino / Atual Mude – Museu do Design e da Moda
Avaliar boas condutas em domínios tão discutíveis como a questão do Património nunca é simples, se não mesmo irresoluto. Este caso particular poderá ser o ideal para considerar o desaparecimento de algo materializado que, a dada altura, influenciou a
 
Cristina Morisson
46
Património em perigo
Edifício Cruzeiro - Primeiro centro comercial português corre risco de demolição
48
Vida Associativa
50
Agenda
51
Livraria
52
Associados GECoRPA
54
Perspetivas
2013 – 60 = 1953 ???
 
José Aguiar
Preço:
5,00 €
N.º 54
As Misericórdias Portuguesas
Valorizar o passado, projetar o futuro
EDITORIAL por Vítor Cóias | Diretor da
Pedra & Cal
Um trabalho de séculos que se projeta no futuro
Embora, em Portugal, as suas origens remontem ao século XII e à influência da rainha Santa Isabel, é pela Bula
“Cum sit Carissimus”
1
de 23 de setembro de 1499, que o controverso Papa renascentista Alexandre VI (Rodrigo de Borgia) confirma a constituição da Misericórdia de Lisboa, fundada um ano antes por D. Leonor de Lencastre.
Sob o impulso de D. Leonor e com a ajuda de D. Manuel, a instituição replica-se rapidamente por todo o país e estende-se aos territórios ultramarinos do império português, de S. Salvador da Bahia a Goa, dando às Misericórdias portuguesas uma das suas características dominantes, a abrangência.
Em 1563, no final do concílio de Trento, o papel das Santas Casas ganha importância acrescida, ao ser-lhe confiada a tutela dos hospitais locais, incluindo o maior e mais importante do país, o Hospital Real de Todos os Santos, em Lisboa. Esta evolução passou a refletir-se na própria organização física dos edifícios das Misericórdias: a vertente espiritual na igreja, onde se cuidava das almas, a administrativa no consistório, onde se encontravam os arquivos e reunia a Mesa, e a assistencial corporizada pelo hospital, onde se cuidava dos doentes.
A instituição não se eximiu, no entanto, a algumas circunstâncias mais sombrias, sobretudo após a instituição da Inquisição em Portugal e o fim do concílio de Trento, como seja a exigência de “limpeza de sangue”, a menorização das mulheres, a discriminação dos irmãos não pertencentes à aristocracia dominante, a usura e apropriação indevida de fundos.
Não obstante, as Santas Casas desempenharam, ao longo dos séculos, uma função de ajuda e proteção das camadas mais desfavorecidas da sociedade, no verdadeiro espírito do Bom Samaritano. Nos tempos de carência generalizada e grande incerteza que o país presentemente atravessa, as Misericórdias têm visto o seu papel assistencial ganhar importância, substituindo-se a um Estado exaurido por anos de desperdício e novo-riquismo.
As Misericórdias têm também a seu cargo uma missão menos imediata, mas não menos importante: a de darem uso adequado e de manterem em bom estado o Património cultural de que são fiéis depositárias, em particular os imóveis de interesse histórico e arquitetónico. O Património construído a cargo das Misericórdias é vasto e diversificado, incluindo, para além de igrejas e conventos, unidades tão díspares como farmácias, teatros e, até, praças de touros!
Como refere, no seu artigo, Bernardo Reis, Provedor da Misericórdia de Braga e responsável pelo Pelouro do Património da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), sob a tutela das 392 Misericórdias portuguesas em atividade foram inventariados 1 010 imóveis de interesse histórico e arquitetónico. Quanto ao Património móvel, embora tenha incidido apenas, até agora, sobre 83 Misericórdias, regista já 28 484 peças.
É, portanto, de toda a justiça destacar o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelo Gabinete do Património Cultural da União das Misericórdias Portuguesas. São, neste momento, 551 fichas de imóveis de interesse cultural e 17 256 fichas de Património móvel, que se encontram disponíveis no portal da internet da UMP.
Conscientes da importância das boas práticas na conservação e valorização do Património à sua guarda, as Misericórdias, através da UMP, assinaram recentemente com o GECoRPA – Grémio do Património um protocolo de colaboração, que visa, entre outras coisas, assegurar que as intervenções para tal necessárias são confiadas exclusivamente a empresas e profissionais adequadamente qualificados.
São, por isso, múltiplas e muito gratificantes as razões que justificam que a edição n.º 54 da
P&C
seja dedicada às Misericórdias Portuguesas, ao seu nobre trabalho e ao seu vasto Património.
1
"Uma vez que é um amado".
© Copyright
Gecorpa
. Todos os direitos reservados.
Develop By: