Um painel com ilustrações históricas está a ser instalado no Terreiro do Paço, de forma a reduzir o impacto visual da intervenção que, desde maio, visa restaurar a estátua equestre de D. José I. O painel vai procurar, através de texto e imagens, transmitir informações sobre o monumento, inaugurado há 237 anos, e sobre a Lisboa dessa época.
Além dos dados, em português e inglês, sobre o monumento pombalino, os painéis vão exibir ilustrações em spray do artista Bernardo Carvalho. Com 2,5 metros de altura e abarcando um perímetro de 96 metros, os painéis desviam as atenções das obras que, durante cerca de um ano, vão preencher o centro da maior praça da Europa.
A intervenção, coordenada pelo World Monument Fund, visa restaurar a estátua da autoria de Machado de Castro. O monumento de 35 toneladas homenageia D. José I pelo seu trabalho na reconstrução de Lisboa após o Terramoto de 1755.
A estátua apresenta há décadas uma coloração esverdeada, resultante da oxidação que o bronze tem sofrido. Análises ao material mostram que a liga utilizada poderá conter mais latão do que se pensava e que a estátua original pode ter sido, afinal, dourada. As teorias baseiam-se num quadro do francês van Loo, em exposição no Museu da Cidade, em Lisboa, no qual figura o Marquês de Pombal, tendo como fundo a cidade. A estátua de D. José I, então ainda não concluída, está representada na pintura a dourado. No Museu está ainda exposta uma peça nos mesmos tons, desenvolvida por Machado de Castro como estudo para o monumento equestre, o que reforça a teoria de que a estátua apresentava originalmente essa coloração.