Naquele país foram removidas, nos últimos 50 anos, cerca de um milhar de barragens. As primeiras foram pequenas barragens de explorações mineiras em regiões remotas, já abandonadas. Mas em 1999, a demolição da barragem Edwards no rio Kennebec, estado do Maine, passou a constituir um marco relevante: foi o resultado duma decisão judicial que contrariou a vontade da entidade proprietária, e a primeira vez que um aproveitamento hidroelétrico em funcionamento foi desativado.
Em Portugal, o Plano Nacional de Barragens atualmente em curso prevê a construção de sete barragens: Alto Tâmega, Gouvães, Daivões, Fridão, Foz Tua, Girabolhos e Bogueira. Destas, apenas a barragem de Foz Tua, no concelho de Alijó, está em construção, envolta em polémica quanto ao impacto ambiental e cultural, e com processos pendentes em tribunal, junto da Insp1ção do Ambiente, da UNESCO e da Comissão Europeia.
O resultado de todo o conjunto de infraestruturas, do ponto de vista energético, é um incremento de 0,5% à energia já produzida no país. Em termos ambientais, a degradação da qualidade da água, destruição de solos agrícolas, erosão da orla costeira e alteração de paisagens e ecossistemas poderão ser impactos irreversíveis.