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Fundação Mata do Buçaco recupera Património afetado por temporal

Danos provocados pelo temporal na Via-Sacra | Fundação Mata do Buçaco
Danos provocados pelo temporal na Via-Sacra | Fundação Mata do Buçaco

A intempérie que em meados do mês de janeiro assolou o país provocou perdas no Património Natural e Cultural “de valor incalculável” da Mata Nacional do Buçaco, no concelho da Mealhada.

“Não obstante os danos causados, os valores históricos, religiosos, naturais e militares permanecem, mantendo intacta a unicidade do conjunto da Mata Nacional do Buçaco”, garante Cândida de Sá, responsável do setor de Comunicação da Fundação Mata do Buçaco.

Ao GEcORPA – Grémio do Património, a representante sublinhou que a Mata já está acessível ao público, contando, porém, com algumas condicionantes de circulação e visita. “Estamos a trabalhar arduamente para devolver à Mata Nacional do Buçaco todo o seu esplendor”, refere Cândida de Sá, destacando o papel da visitação na obtenção de receitas para investir na recuperação da Mata.

No que toca ao Património Natural, a prioridade tem sido a limpeza do material vegetal caído nas áreas mais afectadas pelo mau tempo. “Mais de 2 500 árvores foram derrubadas, destruindo caminhos e impedindo a circulação de pessoas em vários pontos da mata”, explica Cândida de Sá. Entre o Património Natural afectado, grande parte centenário, está o cedro-do-Bussaco mais antigo do país, o cedro de São José, que remonta a 1644, ou até a anos anteriores, e que ficou reduzido a apenas uma das suas ramadas.

Também o Património Cultural da Mata sofreu graves danos: “Várias árvores ficaram tombadas sobre a Ermida de São José e destruíram por completo este importante elemento do património religioso da Mata, que faz parte da Via-Sacra, réplica única de Jerusalém”, explica a representante da Fundação. As garagens do Palace Hotel, futuro centro interpretativo da Mata, foram igualmente atingidas.

De forma a menorizar os estragos, a Fundação irá proceder à reorganização do Programa de Recuperação já preparado. “Algumas marcas da devastação causada serão sempre visíveis, mas a recuperação plena de todo o Património é o nosso objetivo”, defende a responsável.

Cândida de Sá acredita que, mesmo que o mau tempo regresse a Portugal, o Património Natural e Cultural do Buçaco não ficará em risco “A Mata Nacional existe como a conhecemos há cerca de 400 anos, pelo que temporais como os do dia 19 de janeiro, apesar de serem raros no nosso país, já aconteceram no passado e todo o legado dos nossos antepassados mantém-se”, assegura a representante. “Estes acontecimentos servem, no entanto, para nos lembrar, à nossa geração e às gerações vindouras, da fragilidade do que nos é legado, e da responsabilidade que todos temos na sua preservação e conservação”.
 
31/01/2013

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Garagens do Palace Hotel, danificadas pela queda de árvores | Fundação Mata do Buçaco

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