Revista Pedra&Cal

Projectos & Estaleiros

Indíce

02 Editorial

03 Quadro de Honra

04 Reabilitação pouco intrusiva de vigas de madeira
Integrado nos trabalhos de reforço, consolidação estrutural e reconstrução da cobertura do edifício principal da Quinta do Calvel (Torres Novas), realizou-se uma intervenção de reabilitação de vigas de madeira através de um sistema pouco intrusivo, q
 RAQUEL FERNANDES PAULA

10 Reabilitação do Torreão da Ala Oriental na Praça do Comércio
 MARIA PEREIRA

12 Capela do Convento de Corpus Christi, em Vila Nova de Gaia
As várias condicionantes de uma intervenção
 FILIPE FERREIRA

14 Projecto de recuperação de dois edifícios na Quinta de N.ª Sr.ª da Piedade, na Póvoa de Santa Iria
 FRANCISCO LOBO DE VASCONCELLOS

16 Intervenções de reabilitação na igreja de N.ª Sr.ª da Assunção
Igreja matriz de Caminha
 SALVADO E SILVA, VÍTOR FIRMO, FRANCISCO ALBERTO

18 Recuperação da Fonte e Gruta de São Romão
Alverca do Ribatejo
 MANUEL FURTADO MENDES

20 Reabilitação – Criar valor
 RITA SOUSA SOARES, NUNO FERREIRA

22 São Francisco de Portalegre
Conservação, restauro e ampliação das estruturas edificadas
 JORGE MAROCO ALBERTO

24 Plano de inspecção e manutenção de um edifício de habitação e escritórios, em Lisboa
 SUSANA FERNANDES, TIAGO RIBEIRO

27 Reabilitação de um Palacete em Belém
Execução da cobertura
 CARLOS BANDOLA, DANIEL PAIS

30 Estátua dos Perseguidos, Almada
sobre um novo pedestal
 LUÍS PEDRO MATEUS

32 Tavira, patrimónios do mar
 JORGE QUEIROZ, RITA MANTEIGAS

35 As Leis do Património
O Ajuste Directo na aquisição de projectos para modernização do parque escolar e melhoria da eficiência energética dos edifícios
 A. JAIME MARTINS

38 Agenda

39 A empreitada por “preço global” sai mais barata?
 VÍTOR CÓIAS

40 Notícias

44 Vida Associativa

46 e-pedra e cal
A Cabine
 ANTÓNIO PEREIRA COUTINHO

47 Livraria

49 Associados GECoRPA

52 Património público à venda
Os riscos que se correm
 NUNO TEOTÓNIO PEREIRA

Preço: 4,48 €

N.º 41
Projectos & Estaleiros


Sob esta designação apresenta a generalidade dos números
da Pedra & Cal as intervenções realizadas pelas empresas – associadas ou não do GECoRPA. Pois bem, para este número da nossa revista foi decidido promover essa secção a “tema de capa” e dedicar-lhe a totalidade do espaço editorial. É o modo, por excelência, de cumprir a vocação da revista: divulgar a prática da conservação do património.

Não deixa de ser curioso e reconfortante verificar que, apesar dos tempos de crise que vivemos, as intervenções no património têm continuado a bom ritmo, promovidas sobretudo pelas câmaras municipais, mas também pelas direcções regionais do ministério da cultura e por particulares. Isto denota, desde logo, uma crescente valorização, por parte dos decisores, dos edifícios e centros históricos enquanto veículos de promoção do desenvolvimento local e da auto-estima das populações, no que estão totalmente correctos: de há muito que se sabe que o património não é um peso para a sociedade, antes constitui um recurso que pode e deve ser mobilizado
 
para o desenvolvimento sustentável, ao nível local e regional; do ponto de vista económico, o investimento na conservação e valorização cria uma multiplicidade de actividades geradoras de emprego, desde os simples serviços de acolhimento e gestão, até à sua manutenção e conservação, passando por uma vasta cadeia de serviços e produtos culturais incentivadores do turismo de qualidade; do ponto de vista social, ele contribui para a dignificação das populações locais e para o desenvolvimento do seu sentido de pertença; finalmente, aos contributos nestas duas vertentes, que têm vindo a ser sublinhados por Xavier Greffe1, somam-se os contributos do ponto de vista ambiental, pois o investimento no edificado histórico permite evitar a construção de novos edifícios, reduzindo a artificialização de solos virgens, o consumo de materiais e a produção de resíduos.

Numa altura em que a criação de emprego é fundamental, vale a pena lembrar as comparações feitas por Terje Nypan2: o investimento na conservação do património cria 17% mais emprego do que a construção de novos edifícios e 27% mais do que construção de estradas. Numa comparação com a indústria automóvel, e no que toca à criação indirecta de emprego, o investimento na conservação do património cria 27 postos de trabalho indirectos por cada directo, enquanto a indústria automóvel não cria mais que 7, e o investimento nos “resorts” turísticos não cria senão 2,5.

Do ponto de vista contratual, faz todo o sentido que em obras de reabilitação do edificado e de conservação do património, o limite para os trabalhos a mais sejam os 25% e não os 5%, tal como acontece para a execução de obras novas onde a estimativa rigorosa das quantidades de trabalho não é fácil. O GECoRPA tem-se batido por tal alteração, que viria flexibilizar a gestão das empreitadas desta área (ver notícia na página 44).

Uma advertência final é, no entanto, necessário fazer: o investimento na reabilitação do edificado e na conservação do património é desejável, e o regime jurídico deve facilitá-lo; mas as intervenções devem respeitar requisitos básicos de eficácia, eficiência, durabilidade, compatibilidade e, muita vezes, no caso do património, reversibilidade. Isto pressupõe qualidade na elaboração dos projectos e na execução das obras, o que obriga, por seu turno, a seleccionar projectistas e empreiteiros com a necessária qualificação. É por isso que o GECoRPA, em consonância com o IGESPAR, tem vindo a desenvolver um Sistema de Qualificação para os profissionais e as empresas desta área de actividade, que espera disponibilizar, via Internet, ainda este ano.  
 
Vítor Cóias


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