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Com o presente número da Pedra & Cal chega ao fim a edição da revista em suporte de papel.
Iniciada em 1998 com o número 0, a coleção da Pedra & Cal em papel é, portanto, constituída por 61 exemplares, que formam uma pequena enciclopédia focada nas boas práticas na reabilitação do edificado e na conservação do património cultural construído.
A Pedra & Cal não é, assumidamente, desde a primeira hora, uma publicação científica ou académica. É uma revista concebida por e dirigida a profissionais e empresários daquele segmento de atividade. Os artigos não são, portanto, revistos por referees. A qualidade dos trabalhos apresentados nestes 61 números baseou-se, antes, na seleção de autores de reconhecido mérito, oriundos, frequentemente, do meio académico, mas também do setor empresarial, selecionados pela direção e pela redação, normalmente ouvido o conselho redatorial, em função dos sucessivos temas de capa. Daí que a P&C apareça, frequentemente, referida em estudos desta área, incluindo numerosas teses de mestrado e de doutoramento.
Ao longo dos 61 exemplares e 18 anos de publicação, contribuíram para a revista quase seis centenas de autores, que produziram cerca de 4 000 páginas de conteúdos especializados.
Mas há o reverso da medalha: com uma tiragem média que rondou os 3 000 exemplares, a edição da P&C em papel traduziu-se na produção de um total de mais de 180 000 revistas, nas quais foram utilizadas 45 toneladas de papel, cujo fabrico consumiu árvores, água e energia e produziu grande quantidade de poluentes, lançados na atmosfera ou nos rios... Além do papel, gastou-se tinta de impressão, produzindo um impacto ambiental que se agravou com a distribuição das revistas pelos pontos de venda, a recolha das sobras, consumindo combustível, aumentando a poluição da atmosfera e contribuindo para o efeito de estufa...
Mesmo contando o impacto ambiental produzido, parece-nos, no entanto, justo considerar que o balanço destas 61 edições em papel é positivo, ainda mais, se pensarmos quanto papel, quanta tinta e, sobretudo, quanto combustível se gasta, sem qualquer retorno útil.
No seu novo regime de publicação, a P&C passa a ser editada online, disponível gratuitamente através do sítio Web do Grémio. No sentido de chegar ao maior número possível de potenciais utilizadores, os números 0 a 60 da revista passarão, também, a estar disponíveis em pdf na Web, consultáveis e descarregáveis sem encargos.
Produzir e publicar a P&C foi um trabalho de equipa, que tive o privilégio de dirigir, salvo um interregno durante 2011. Embora correndo o risco de pecar por omissão, não resisto em nomear alguns dos participantes deste gratificante projeto editorial. Assim, no conselho redatorial, foram instrumentais Teresa Campos Coelho, José Aguiar e Miguel Brito Correia. Dentre os que colaboraram na produção de conteúdos há nomes que seria injusto não destacar, como é o do saudoso arquiteto Nuno Teotónio Pereira, que, durante dez anos, de 1999 a 2009, escreveu, sem interrupção, as crónicas da secção "Perspetivas"1.
Outros autores há que distinguir, quanto mais não seja, pela assiduidade com que contribuíram: José Maria Lobo de Carvalho, José Aguiar, Miguel Brito Correia, António Sousa Coutinho, João Varandas, Carlos Mesquita, Luís Mateus, João Mascarenhas Mateus, Filipe Ferreira, João Appleton... Mas muitos outros contribuíram, com textos especializados, a título pessoal ou em representação de instituições, respondendo aos convites dirigidos em função dos temas de capa selecionados.
Foi também relevante o papel das sucessivas coordenadoras, onde avultam nomes como os de Catarina Valença Gonçalves, Cátia Teles e Marques e Joana Morão.
Uma palavra final de apreço e homenagem à memória da Elsa Fonseca, colaboradora tão diligente quanto discreta, que acompanhou com carinho durante 15 anos o projeto Pedra & Cal, deixando-nos, inesperada e precocemente, na primavera do ano passado.
Para tema deste último número em papel pareceu apropriado escolher O Património e o Futuro. Sabemos que, também do Futuro, se pode hoje dizer que já não é o que era; mas também sabemos, como disse Gandhi, que "O Futuro depende do que fizermos no Presente". Por isso, juntemos forças e continuemos a trabalhar para que o Futuro venha a ser melhor do que presentemente parece.
1. Disponíveis em PDF no sítio web do Grémio.