
A calçada portuguesa tem um valor cultural com expressão e significado nacionais, fundamental tanto para quem a produz – os calceteiros, como para quem dela usufrui – portugueses e outros cidadãos que nos visitam.
Para além da sua importância histórica e cultural, e da sua dimensão técnica e estética, a calçada portuguesa carrega consigo memórias e significados que ligam as gerações anteriores às atuais, constituindo-se num ponto de referência do imaginário coletivo dos portugueses. Uma verdadeira herança cultural que nos liga ao passado, mas com inúmeras possibilidades de adaptação contemporânea.
Sem a arte e o saber fazer dos profissionais que a executam, os mestres-calceteiros, verdadeiros artistas no talhe e no assentamento da pedra, não teríamos a identidade urbana que distingue a grande maioria das cidades e vilas de Portugal que oferecem, a moradores e a visitantes, um dos pavimentos públicos mais bonitos do mundo.
Por isso, o GECoRPA – Grémio do Património, uma associação de profissionais e empresas que há mais de vinte e cinco anos zela pela qualidade das intervenções no Património Cultural Construído, através da divulgação das boas práticas e da formação especializada, manifesta o seu apoio a esta proposta de candidatura da Arte e Saber-Fazer da Calçada Portuguesa à Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da UNESCO.
Um tal reconhecimento internacional irá sublinhar a importância desta arte para a cultura e identidade nacionais e contribuir de forma decisiva para o futuro da profissão e para a valorização social e profissional dos fazedores destes pavimentos com características únicas. Contribuirá, ainda, para garantira transmissão desta arte e saber-fazer ancestral às gerações futuras.
Braga, 10 de fevereiro de 2025
Fernando F. S. Pinho
(Presidente da Direção do GECoRPA)