Muitas das intervenções que têm sido feitas no nosso património pecam por falta de qualidade, denotando falta de respeito pelos edifícios e sítios e sua memória.

Para isso contribuiu a visão economicista com que as intervenções foram feitas, a falta de conhecimento das técnicas do “saber-fazer” e inerente falta de qualificação dos técnicos, bem como das empresas, no conhecimento e tratamento
do património.

As consequências estão à vista, com o abandono e falta de vida nos centros históricos.

Assim, é altura de implementarmos uma nova mentalidade, uma forma de olharmos para os nossos monumentos, conjuntos arquitectónicos e sítios e reflectirmos sobre como salvaguardar a herança arquitectónica e cultural que os nossos antepassados nos deixaram.  

Um bom processo é a organização de encontros de pessoas e entidades que se preocupam com o património e tratam dele todos os dias. Estes encontros destinam-se a reflectir, divulgar, apresentar e discutir novas formas de o entender, assim como novas práticas e tecnologias para a sua salvaguarda.

É com este espírito que se irá realizar, nos próximos dias 14, 15 e 16 de Abril, o “Congresso Património 2010”, organizado pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), pela Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN) e pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) e que tem o apoio do GECoRPA e da Pedra & Cal.

No evento, que contará com a participação de individualidades muito conceituadas no nosso meio cultural e técnico, pretende-se apresentar e discutir formas de abordagem ao problema da intervenção no património.

Serão feitas reflexões sobre o tema e abordados estudos de caso – sobre intervenções efectuadas, que publicamos neste número da revista. Desejo aos organizadores, participantes e a todos os que se preocupam com esta realidade, que atinjam os objectivos a que cada um se propôs, para bem do nosso património!