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Que os erros e defeitos são inevitáveis e que todos os cometemos e possuímos, ninguém duvida. Por consequência, toda a actividade humana é sujeita a erros e todo o produto dessa actividade pode apresentar defeitos. A construção é, no entanto, uma área de actividade onde uns e outros proliferam, atingindo indistintamente a construção nova, a reabilitação das construções existentes e a conservação do património histórico construído.
Os erros nas construções novas, todos os sentimos no nosso quotidiano: são as infiltrações e as humidades lá em casa, é a falta de durabilidade dos acabamentos e revestimentos e todo um rol de grandes e pequenos defeitos e insuficiências que não deviam existir, numa época em que, noutros sectores da actividade humana, assistimos a verdadeiros prodígios; Nas intervenções de reabilitação das construções existentes tudo é mais complicado: é preciso conhecer bem objecto da intervenção, modelar o seu comportamento, controlar a qualidade durante a obra e monitorar o resultado da intervenção: os erros podem ter consequências mais graves e pôr em risco pessoas e bens; Finalmente, na conservação do património arquitectónico, o que está em causa é algo que pertence às futuras gerações, de que nós somos apenas usufrutuários e curadores. Neste domínio, espera-se dos agentes, a todos os níveis, contenção, rigor e responsabilidade, postura que, todos sabemos, não é a mais habitual no sector da construção.
Por muito incómodos e perniciosos que sejam os erros e defeitos, eles encerram um valiosíssimo potencial de ensinamentos e oportunidades de melhoria.
Há uma canção da Edith Piaf em que ela diz, certamente num contexto menos prosaico, algo que vem a propósito:
C’est payé, balayé, oublié... je repart a zero!
Acho que, para nós, não é bem assim: os erros pagam-se, varrem-se e esquecem-se, mas só depois de cuidadosamente analisados e deles se terem extraído todas as lições que for possível, para evitar cometê-los de novo. Se o fizermos, não partimos necessariamente do zero.
Foi neste contexto que surgiu a ideia de realizar, numa parceria entre o GECoRPA e o LNEC, um Simpósio Internacional sobre Patologia, Durabilidade e Reabilitação de Edifícios, sob a égide do W086 – Building Pathology, um grupo de trabalho do CIB, International Council for Research and Innovation in Building and Construction.
O GECoRPA achou que a organização do simpósio seria uma excelente oportunidade de contribuir para melhorar as práticas na reabilitação dos edifícios antigos e na conservação do património arquitectónico, como é seu objectivo estatutário. É, também, uma boa maneira de assinalar o quinto aniversário da nossa revista.
V. Cóias e Silva, Presidente do GECoRPA