Revista Pedra&Cal

Património de Betão

Indíce

03 Editorial

05 Correio dos Leitores

07 Fábrica de Moagem do Caramujo
Um testemunho com 103 anos de existência
 Maria Rosa Peralta Sousa Silva, Manuel Maria Pereira Larangeira

10 O projecto de recuperação da "Réplica da Torre de Belém" na cidade do Mindelo - Ilha de S.Vicente - REPÚBLICA DE CABO VERDE
 Manuela Barata

13 Entrevista
LNEC Betão: um material para o futuro
 Filomena Gonçalves

16 Conservação do Betão Armado Enquanto Património Arquitectónico
 V. CÓIAS E SILVA, ANA CRAVINHO

23 A Indústria do Cimento
Dos aglomerantes primitivos ao cimento de hoje (betão)
 M. Marques de Oliveira

25 Património de Bet@o na Inter
"Gengivas de betão!" Quem não se lembra deste anúncio televisivo? Esta e outras expressões correntes são metáforas que dão bem conta da ideia geral sobre este material
 José Maria Lobo de Carvalho

26 O debate em Itália sobre a conservação do património em betão
 João Mascarenhas Mateus

28 A salvaguarda de revestimentos arquitectónicos e o problema da sua “apresentação” (PARTE II)
Da renovação avulsa para a consolidação estratégica: Évora, exemplar e pioneira (como sempre)
 José Aguiar

31 PROJECTOS E ESTALEIROS
Tratamento de Conservação e Restauro do Monumento aos Mortos da Guerra Peninsular

32 Cal Hidráulica: um pouco da sua História
A necessidade de construir em zonas marítimas e fluviais levou o Homem a procurar aglomerantes hidráulicos (capazes de ganhar presa debaixo de água).
 Carlos M. Duarte, José A. Alvarez

35 Divulgação

38 As Leis do Património
Alteração Legislativa com vista a incentivar a realização de obras de conservação extraordinária pelos senhorios
 A. Jaime Martins

40 Coches de D. João V: restauro e conservação
 Filomena Gonçalves

41 Notícias

42 Agenda

44 Vida Associativa

46 Livraria

49 Associados GECoRPA

52 Que fazer com os palácios?
 Nuno Teotónio Pereira

Preço: 4,48 €

N.º 10
Património de Betão


O betão, uma vez colocado em obra, interage constantemente com o
ambiente que o circunda: liberta ou absorve água, reage com o dióxido
de carbono e outros gases presentes na atmosfera; internamente, as
reacções químicas que levaram ao seu endurecimento não param: até
mesmo os "inertes" (areia e brita), que entraram na sua composição, não
são verdadeiramente inertes, pois reagem lentamente com os componentes da pasta de cimento. Quando reforçado com "armaduras" de
aço, os problemas complicam-se: para proteger os varões nele incorporados, o betão não deveria ser poroso nem fissurar e deveria permanecer alcalino. O betão é, contudo, intrinsecamente poroso, precisa
de fissurar para mobilizar a resistência das armaduras e tende a perder a alcalinidade em resultado da carbonatação.
Os estaleiros de construção são fábricas volantes e os componentes
utilizados, quer o cimento, quer, sobretudo, os inertes, apresentam
grande variabilidade de características. As condições de doseamento, amassadura, transporte, colocação, compactação e cura variam
constantemente.
A durabilidade do produto final de todo este processo de concepção/
construção depende, por outro lado, de grande número de intervenientes: arquitectos, engenheiros, empreiteiros, com graus de responsabilidade e qualificação muito variáveis, resultando extremamente
susceptível de falha humana.
A precariedade, as contradições e a complexidade do material de eleição
do século XX são, elas próprias, um símbolo da nossa época, e a geração
actual encontra-se, já, a braços com um extenso património arquitectónico de betão, que tende a crescer e constituirá, em boa parte, uma espécie
de "presente envenenado" para os vindouros.  
Conhecer o património de betão e lidar com os problemas postos pela
sua conservação assume, portanto, grande importância. Por isso a
Pedra & Cal lhe dedica este número.

Lisboa, Abril de 2001 
V. Cóias e Silva


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